quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

                         
                             A bíblia não tem falhas?
       
          A Bíblia, assim como outros livros fundamentais de outras crenças religiosas, como o Alcorão no Islamismo e os Vedas no hinduísmo, contém profecias. Freqüentemente vemos pessoas citarem tais profecias. É oportuno, portanto, colocar a seguinte questão: podem ser consideradas legítimas as profecias contidas na Bíblia? Primeiramente, creio que, para uma profecia ser julgada legítima, é necessário que ela cumpra as seguintes condições: 



        
1) Descreva um evento posterior à sua escrita;
(2) Seja impossível 'prever' o evento futuro por meios naturais;
(3) O fato tenha realmente ocorrido de forma se não exata, pelo menos essencialmente semelhante à descrita pela profecia;
(4) Existam provas irrefutáveis de que o escrito profético não foi adulterado ou modificado através dos tempos.


 muita coisa que foi escrita sofreu alteração e modificação através de vários processos de cópias e re-cópias e de várias traduções para outras línguas, fica difícil determinar com precisão a originalidade e legitimidade das profecias bíblicas. A primeira parte da bíblia, chamada de velho testamento foi escrito em Hebraico clássico, um idioma que hoje é impronunciável, portanto indecifrável. Mesmo que tivéssemos os originais em nossas mãos, ninguém conseguiria traduzir para as línguas atuais. Mesmo que tivéssemos, porque na verdade estamos longe de ter algum escrito original da bíblia. Nem mesmo do chamado novo testamento escrito em Grego temos algum original, quanto mais das escrituras Hebraicas. Portanto, o que temos hoje são cópias de cópias que foram sendo feitas durante milênios e que depois foram traduzidas para outras línguas, primeiro do hebraico para o grego, depois do grego para o latim, depois do latim para as línguas modernas (inglês, francês, alemão, português, espanhol, etc).  as bíblias de hoje mesmo sofrendo diversas adaptações e modificações convenientes através das eras, ainda assim apresentam relatos de profecias que não se  cumpriram. Veja alguns exemplos:
 
Oráculo contra Damasco. Damasco vai ser suprimida do número das cidades, e será reduzida a ruínas abandonadas para sempre. Suas cidades serão abandonadas aos rebanhos, que virão repousar sem que ninguém os enxote" (Isaías-17:1). 
Esta passagem nos oferece mais uma oportunidade excepcional de avaliarmos a validade das declarações bíblicas. Após a Bíblia impugnar este destino terrível a Damasco, o que ocorreu? Segundo os textos sagrados, ela se tornaria um montão de ruínas. Porém, apesar da maldição bíblica, Damasco (uma das cidades mais antigas do mundo) existe hoje em dia. Ela tem sido continuamente habitada desde sua fundação. Ainda não se transformou em ruínas abandonadas para sem 
Farei de Jerusalém um amontoado de pedras, Um covil de chacais; E das cidades de Judá um deserto, onde ninguém mais habitará" (Jeremias 9:10).
Observamos aqui uma profecia bem explícita. Jerusalém e as cidades de Judá se tornariam um monte de pedras, uma morada de chacais, desoladas, onde ninguém mais habitaria. Será que Jerusalém e as cidades de Judá ficaram para sempre sem habitantes? Apesar de Jerusalém ter sido destruída por duas vezes (por Babilônia em 587 AEC, e por Roma em 70 EC), ela sempre voltou a ser habitada e continua a ser até os dias de hoje.  

Assim disse Jeová dos exércitos, o Deus de Israel: ‘Se vós mesmos positivamente fixardes as vossas faces para entrar no Egito e realmente entrardes para residir ali como forasteiros, então terá de dar-se que a própria espada de que tendes medo vos alcançará na terra do Egito, e a própria fome de que tendes receio vos seguirá de perto ao Egito; e lá é que morrereis. E acontecerá que todos os homens que fixaram as suas faces para entrar no Egito para residir ali como forasteiros serão os que morrerão pela espada, pela fome e pela pestilência; e não virão a ter nem sobrevivente nem fugitivo, por causa da calamidade que trago sobre eles” (Jeremias 42:15-17).
Depois da destruição total de Jerusalém pelos babilônicos, o restante da população de Judá fugiu para o Egito como refúgio, evidentemente juntando-se a outros judeus que já estavam naquela terra. Segundo a profecia acima, todos os judeus que fizessem isto morreriam pela espada, pela fome ou pela peste. Outras duas profecias bíblicas relacionadas a esta afirmaram categoricamente que o Deus de Israel iria trazer Nabucodonosor, rei de babilônia para golpear a terra do Egito, queimando os templos e matando a todos pela espada, um total extermínio (Jeremias 43:8-13). Se Nabucodonosor tivesse realmente invadido o Egito e destruído todo aquele país, conforme foi profetizado na bíblia (Jeremias 46: 13-26), os judeus que fugiram para aquele país em busca de refúgio com certeza seriam destruídos como predito, mas o problema é que não existe nenhuma evidencia histórica de que Nabucodonosor invadiu o Egito após ter conquistado Jerusalém. Nenhum historiador disse isso, pelo contrario, Heródoto, um dos mais renomados historiadores da época visitou o Egito pessoalmente apenas cem anos depois da dita devastação total do Egito pelos babilônicos e o que será que ele registrou? Será que ele fez alguma menção ao tão recente extermínio que a bíblia afirma ter acontecido? Não! Porque será que um tão renomado historiador não fez sequer uma menção a tal tragédia? Simplesmente por que ela não existiu! Nunca foi achada nenhuma prova arqueológica de tal devastação, nada, simplesmente nada. 
Se você tem dúvidas, pode pesquisar a vontade em enciclopédias, conversar com historiadores, averiguar em sites na Internet, faça um teste, tenha absoluta certeza de que você não encontrará nada. A única menção que se faz a uma campanha militar babilônica contra o Egito nesta época encontra-se em um texto babilônico datado do 37º ano de Nabucodonosor que corresponde ao ano de 568AEC, isto é 20 anos depois da devastação de Jerusalém, e tal texto relata uma ação militar que não resultou na devastação do Egito. 
Pense bem, o Egito sempre foi uma pedra no sapato dos babilônicos. Tentaram de todas as maneiras impedir a ascensão do império babilônico, fizeram alianças com diversos países na tentativa de barrar o avanço deles, inclusive fizeram uma aliança com os próprios judeus, aliança esta que dificultou a conquista de Nabucodonosor. Todas as grandes conquistas que Babilônia teve, inclusive as menores, todos os países que eles devastaram, por menores que sejam, foram registrados fartamente. É por isso que hoje há muitos textos babilônicos descrevendo suas conquistas. Pode-se notar isto pela imensa quantidade de registros da destruição de Jerusalém, que era considerado um país menor. 
Agora você não acha que se os babilônicos tivessem mesmo devastado completamente o Egito, assim como fizeram com Jerusalém, eles não teriam feito vários registros, até mais do que da destruição de Jerusalém, se gabando e se vangloriando deste impressionante extermínio do seu maior rival? Agora por outro lado, existem muitas provas de que os judeus se estabeleceram no Egito tendo paz e prosperidade. Eles habitaram em várias cidades como Tafnes, pelo que parece uma cidade-fortaleza na região do delta, Migdol e Nofe, considerada ser Mênfis, uma antiga capital do Baixo Egito. Até mesmo o idioma hebraico foi difundido por estes refugiados judeus no Egito. Eles se adaptaram tão bem no Egito que alguns séculos depois a cidade egípcia de Alexandria se tornou um grande centro cultural judeu. Realmente um panorama bem diferente da horripilante profecia bíblica.

E Jeová disse a Abrão, depois de Ló se ter separado dele: ‘Levanta os teus olhos, por favor, e olha desde o lugar onde estás, para o norte, e para o sul, e para o leste, e para o oeste, porque a ti e a teu descendente vou dar toda a terra para a qual estás olhando, até um tempo indefinido... Levanta-te, percorre o país no seu comprimento e na sua largura, porque vou dá-lo a ti” (Gênesis 13:14-17).
Nesta profecia Deus promete dar a Abraão a terra de Canaã. Porém, esta profecia nunca se cumpriu, pois Abraão sempre foi um residente forasteiro nesta terra, morando em tendas e constantemente mudava de lugar. Veja que a própria bíblia confessa que a profecia ou promessa que Deus fez a Abraão não se cumpriu. "Foi na fé que todos (nossos pais) morreram. Embora sem atingir o que lhes tinha sido prometido, viram-no e o saudaram de longe, confessando que eram só estrangeiros e peregrinos sobre a terra” (Hebreus 11:13).


mos a seguir "profecias" acerca da queda da cidade de Tiro. O rei Nabucodonosor de Babilônia segundo a profecia viria com um exército, destruiria as muralhas e as torres, pisaria todas as ruas com as patas de seus cavalos, iria demolir as casas e matar todo o povo. A cidade nunca seria reconstruída, pessoas a iriam procurar mais ninguém nunca mais a acharia. Tiro teria, portanto, um fim terrível.
“Pois assim disse o Soberano Senhor Jeová: Eis que trago contra Tiro a Nabucodonosor, rei de Babilônia, desde o norte, um rei de reis, com cavalos, e carros de guerra... e dirigirá o impacto da sua máquina de assalto contra as tuas muralhas e demolirá as tuas torres, com as suas espadas... tremerão as tuas muralhas, quando ele entrar pelos teus portões, como nos casos de se entrar numa cidade aberta por brechas. Pisará todas as tuas ruas com os cascos dos seus cavalos. À espada é que matará teu povo, e tuas próprias colunas de força cairão por terra. E eles hão de despojar-te dos teus recursos e saquear as tuas mercadorias, e derrubar as tuas muralhas, e eles demolirão as tuas casas desejáveis... Vou fazer de ti a lustrosa superfície escalvada dum rochedo. Enxugadouro de redes de arrasto é o que te tornarás. Nunca mais serás reconstruída; porque eu, Jeová, é que falei, é a pronunciação do Soberano Senhor Jeová... Pois assim disse o Soberano Senhor Jeová: Quando eu fizer de ti uma cidade devastada, igual às cidades que realmente não são habitadas, quando [eu] fizer subir sobre ti a água de profundeza e tiveres sido coberta por vastas águas... para que não sejas habitada... Terrores repentinos é o que farei de ti, e não existirás; e serás procurada, mas não serás mais achada por tempo indefinido, é a pronunciação do Soberano Senhor Jeová” (Ezequiel 26:7-21).
Apesar da profecia, Babilônia falhou em capturar e destruir Tiro. Nabucodonosor bem que tentou, ele a cercou e tentou invadi-la por treze anos, entretanto, não obteve sucesso. A Bíblia admite que o esforço falhou, pois Deus, para recompensar o empenho de Nabucodonosor em tentar destruir Tiro, resolve lhe dar o Egito. Podemos ler em Ezequiel 29:19-20: "Eis o que diz o Senhor Jeová: Irei dar o Egito a Nabucodonosor, rei de Babilônia; ele pilhará suas riquezas; fará dele a sua presa, e repartirá os seus despojos; tal será o salário de seu exército. Por preço do trabalho feito contra Tiro, eu lhe dou o Egito, pois é para mim que trabalharam – oráculo do senhor Jeová". Note que o Egito sofreria e seria despojado de suas riquezas para recompensar o rei Nabucodonosor por este ter se esforçado em destruir Tiro. Na realidade, conforme vimos anteriormente, nem essa nova promessa de conquista (do Egito) foi concretizada. Bem diferente do que disse a profecia bíblica, Tiro foi conquistada realmente por Alexandre O Grande 240 anos depois e não por Nabucodonosor. Novamente, contrariando a profecia, Tiro foi reconstruída e o Novo Testamento até a menciona (veja Lucas 10:13; Marcos 7:24, 31). Hoje em dia, Tiro (Sur) tem mais de 10.000 habitante



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